Por Giovanni Porfírio e Jéssica Santos
Segundo o Movimento dos Artistas de Rua de Londrina, o barracão estava abandonado há 10 anos. A promessa dos ocupantes é de reformar e transformar o local em centro cultural.
Na tarde desta segunda-feira (27), o Movimento dos Artistas de Rua de Londrina (MARL) ocupou, de forma permanente, a antiga sede da União Londrinense dos Estudantes Secundaristas (ULES), localizada na avenida Duque de Caxias, região central da cidade. A intenção do movimento é reformar o local e transformá-lo em um centro cultural com serviços à população.
Segundo o grupo, desde 2012, há o pedido de uma lista dos espaços públicos ociosos, para que sejam utilizados por fins sociais. Porém, a prefeitura não concedeu a lista até o momento.
“Exigimos que a Prefeitura divulgue a listagem de espaços públicos que não cumprem função social para que outros coletivos culturais, artísticos e educativos tenham onde realizar seus trabalhos”, afirmou o MARL em nota.
Além disso, o projeto de ocupação vem sendo discutido desde 2014 e têm como exemplo uma instituição paulista. “Uma das experiências mais emblemáticas é da sede do Instituto Pombas Urbanas, que há mais de 12 anos ocupa o espaço de um supermercado abandonado na Cidade Tiradentes, Zona Leste de São Paulo. Quando o grupo entrou no barracão, só havia as paredes e entulho, em pouco tempo, havia uma sede. Hoje o prédio abriga uma biblioteca, um teatro, sala de ensaios e sedia vários grupos independentes formados a partir de oficinas de teatro com a comunidade”.
Durante entrevista à AlmA Londrina Rádio Web, um dos representantes do grupo, Danilo Lagoeiro afirmou que a ocupação é permanente. “Existe um antecedente de 2014, que no encontro da Rede Brasileira Nacional (14ª Encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua), a gente teve um documento assinado pela Secretaria de Cultura, atual secretária Solange, apoiando uma possível utilização da ULES, como espaço cultural para o Movimento dos Artistas de Rua”, argumentou Danilo.
Ainda segundo ele, a ocupação é uma maneira de “forçar” a negociação da lista e a liberação do espaço para fins sociais. Porém, ele se mostrou ciente diante a uma suposta reintegração de posse.
“A gente acredita que há espaço pra negociação, através de diálogo. Que essa listagem de espaços apareça. Se existe outro projeto político pra esse espaço, que isso seja dito também”, explicou.
O MARL também estuda a iniciativa de um projeto colaborativo para arrecadar verbas, afim de ajudar na reforma do prédio. O local está condenado e por esse motivo, os ocupantes estão acampados do lado de fora. O movimento pede ajuda da população, para arrecadação de alimentos, além de materiais de construção.
A prefeitura de Londrina ainda não se pronunciou sobre o manifesto.