Começou a 2ª edição do Palco Alma Londrina

Por Giovanni Porfírio e Jéssica Santos

Com início em junho, o projeto ainda promoverá apresentações em outros pontos da cidade

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No último dia 26 de junho, aconteceu a primeira rodada de shows do Palco Alma Londrina, na Vila Cultural Kinoarte. O projeto está em sua segunda edição e contará com mais três eventos até o fim do ano. A realização é da Alma Londrina Rádio Web, com patrocínio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (PROMIC).

A primeira a subir ao palco foi a Banda Aduba, que reproduz clássicos da música jamaicana em versões instrumentais. O saxofonista do grupo Wesley Cesar conversou com a gente após o show:

Wesley: “Apresentar o palco Alma hoje foi muito divertido, bom trazer nosso som pra galera conhecer. Muita já conhece nosso som, a gente tem uma galera que acompanha a gente, e muitos estão vendo nós pela primeira vez. Isso é muito bom, um evento fantástico, nesse lugar maravilhoso, muita gente curtindo, galera vem sempre. ”

Ele ressaltou a importância do evento para a cultura da cidade:

Wesley: “Bom, Palco Alma é um dos poucos lugares que tem abraçado essa ideia, de trazer música instrumental que é algo super diferente, não tem um vocal, não tem uma letra que as pessoas estão mais acostumadas a se identificar né, com a letra. A banda Aduba é uma banda instrumental, e ela traz um outro sentimento, um sentimento da melodia, dos improvisos, o som do reggae, eu acho fantástico essaparceria com o Palco Alma. Espero que o evento continue por vários e vários anos com essa ideia de trazer coisas novas, coisas diferentes, e apostando nas bandas instrumentais.”

A segunda atração da noite foi o grupo Rafael morais trio, que estreou no Palco Alma Londrina ao lado de Claudio Caldeira, com influências do frevo, baião e carimbó. Rafael falou da sensação de participar do evento:

Rafael: “No Palco Alma é a primeira vez que a gente vem e foi sensacional, a galera tava num clima dahora. Dancei pra caramba ali, me diverti um monte no show. Gostei pra caramba. A gente já tinha tocado aqui na Kinoarte algumas vezes, mas no Palco Alma é a primeira oportunidade que a gente tá aqui”.

Foi a primeira vez que os dois tocaram juntos:

Rafael: “Na verdade o convite partiu dele (Cláudio Caldeira), ele que tava com um convite pra fazer um show aqui no palco, daí ele falou: ah, vamos fazer com o trio, junto comigo, e vamos cair pra dentro. Ele tá produzindo um disco autoral lá no estúdio onde a gente trabalha, que é do Gabriel, baixista do Trio. E aí a gente falou, vamos cair pra dentro. E então montamos esse show, pela primeira vez, inédito, mas a gente pretende dar continuidade a isso, já fechar outros shows pela região, porque foi uma vibe legal. A gente já “se namorava” há muito tempo assim, com vontade de fazer um show juntos, e nunca tinha surgido oportunidade. Então caiu como uma luva e foi só um empurrãozinho que a gente precisava pra cair junto na estrada.”

Rafael ainda cita a importância de um projeto para a vida cultural da cidade:

Rafael: “É fundamental… a gente vive num mundo onde o modelo de consumo é ditado por uma grande mídia de massa hegemônica que determina tudo o que a gente consome, como a gente se relaciona com as coisas todas. E isso aqui, a gente passar a ter um público que venha ver um show de uma banda local, que tem a oportunidade de conhecer uma música que é de um segmento que não é tão comercial, algo que não está tão em evidência na grande mídia, é uma coisa que é essencial, fundamental para que as bandas consigam sobreviver, tenham espaço para conseguir tocar e elevar seu trabalho adiante, tanto quanto é essencial para o público ter acesso a isso… E fomentar o consumo local, isso é uma coisa genial, a gente tem que dialogar…até o consumo de informação, que é uma coisa que a gente consome dessa mídia hegemônica, a gente tem que passar a consumir de outros meios mais locais, meios que tem um pensamento mais humanizado e não tá pensando só no lucro né?”

Já a paulistana Kika foi a última a subir no palco. Sua banda mistura um pouco da música brasileira com a jamaicana. O guitarrista do grupo Guilherme Held destacou o papel do evento para a produção alternativa no Brasil:

Guilherme: “ Um evento desse aqui é legal para fortalecer a cena alternativa que tem dificuldade de se movimentar pelo Brasil, com som autoral. Ainda mais numa linguagem diferente, como um reggae jamaicano, misturado com a música brasileira, fundido com o dub do Victor Rice, que é um americano da história do dub”.

A próxima rodada de shows vai ocorrer em agosto, desta vez, na Vila Cultural Cemitério de Automóveis, com shows das bandas Mhorula, Turbo e Water Rats. Acompanhe a programação da Rádio Alma para saber sobre os dias e horários das apresentações!

Foto: Bruno Leonel/RubroSom

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