Por Giovanni Porfírio
O jornalista e escritor conversa com estudantes sobre experiências de vida
Ouça no mobile
No último dia 15 de junho, Eric Nepomuceno esteve na UEL para um bate papo com acadêmicos e docentes sobre experiências profissionais e pessoais. Atualmente, é apresentador do programa Sangue Latino, no Canal Brasil. Durante a conversa, destacou seu trabalho em outros países, falou sobre a cultura latino americana e também à respeito dos 20 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará. O fato também o motivou a escrever um livro. Conversamos com Eric após o encontro, que aproveitou para comentar sobre a situação atual da política no Brasil:
Giovanni: Sobre o Eldorado dos Carajás, a gente sabe que os movimentos sociais continuam com pouca ou quase nenhuma representatividade. Vai precisar acontecer outro massacre como aquele pra ver se alguma coisa muda?
Eric:“Eu acho que pouca coisa mudou, mas, pelo amor de Deus, nunca mais. Aquilo ficou como uma mancha né? Espero como um sinal de alerta”.
Giovanni: O senhor trabalhou e ainda trabalha na imprensa internacional. O que podemos tirar deles para a nossa imprensa?
Eric: “É complicado dizer isso. Vida. Imprensa Viva. E a gente tem uma imprensa morta”.
Giovanni: E hoje, aqui no Brasil, em quem podemos confiar?
Eric: “De jornal? Valor Econômico. É o único. Carta Capital e Valor Econômico. Você vê que são antípodas. É uma revista de esquerda e um jornal destinado a empresários e mercado financeiro. E é de longe o jornal mais equilibrado, mais objetivo”.
Giovanni: Quando tratamos de literatura, falamos de cultura. O que dizer sobre o fim do Ministério da Cultura?
Eric: “Eu não estou preocupado com o fim de Minc. É só uma faceta. O ilegítimo eliminou a Secretaria de Direitos Humanos, Secretaria dos Direitos da Mulher, Secretaria de Igualdade Social, da Ciência e Tecnologia. Ele vai eliminar o Brasil. O Minc aí é parte da destruição.”
Foto: Emerson Dias