Por Jéssica Santos
Uma das exigências é que a Delegacia da Mulher passe a funcionar 24 horas por dia, já que a maioria dos casos de violência acontecem depois das 18h
A 5ª edição da Marcha das Vadias, realizada neste 2 de julho, reuniu pessoas que lutam pelos direitos das mulheres. Apesar de feminista, o evento também contou com a presença de homens que apoiam discussão sobre a cultura do estupro. Além disso, muitas crianças estiveram presentes e se divertiram com os cartazes e tintas disponibilizados pela organização.
O tema deste ano foi: “Contra a cultura do estupro: ser mulher, sem temer”. Uma das organizadoras e ativista do protesto, Juliana Martins, explicou o motivo deste debate.
“Nós puxamos esse ano a Marcha retomando o tema da primeira edição, que é a cultura do estupro, porque acreditamos que isso hoje está sendo mais discutido do que nunca. Foi uma oportunidade que vimos, porque pela primeira vez essa discussão chegou às ruas”, afirmou.
Ela também explicou que o grupo já levou para a Câmara dos Vereadores de Londrina, algumas sugestões para melhorias no serviço público prestado as mulheres. Uma delas é que a Delegacia da Mulher passe a funcionar 24h, já que a maioria dos casos de violência ocorrem depois do horário comercial.
“Os atos de violência cometidos acontecem depois que o marido volta do trabalho. Normalmente ele bebe, vai para casa e agredi a mulher. Assim como os casos de estupro. Nós não temos hoje, uma assistência para as meninas que foram estupradas. As vezes são atendidas por médicos homens, depois de passar pelo trauma. Elas não têm o apoio necessário”, explicou a manifestante.
A Marcha das Vadias aconteceu em várias cidades do país e reuniu homens, mulheres, trans e travestis que percorreram as ruas com palavras de ordem. Em Londrina, encontramos o ator, diretor e professor de teatro Rene Ramos do Amaral. Ele veio de São Paulo para visitar uma amiga e fez questão de conhecer a Marcha londrinense.
“Estou muito contente de ter vindo aqui pra Londrina e encontrar esse movimento, que não é um movimento das grandes metrópoles, é um movimento de qualquer cidade. Porque essa cultura do machismo, está impregnada em todo lugar, pode ser em São Paulo ou até mesmo no distrito da Warta”, afirmou Rene.
Durante a concentração no calçadão, foram lidos alguns relatos de abusos, como forma de apoio a pessoas que sofrem ou sofreram com a mesma situação. Para encerrar o protesto, as manifestantes seguiram até a Concha Acústica, onde preparam um palco para debates e depoimentos.