Reencontro de poetas no Londrix

Londrix
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Por Bruno Codogno
Fotos Emerson Dias

O incentivo à literatura é fundamental para a consistência da cultura. Fomentar a busca por livros, peças, música e atividades construtivas é o que faz o Londrix, o Festival de Literatura de Londrina, que aconteceu entre os dias 6 e 11 de maio. Em sua 15ª edição, o evento traz o intercâmbio entre artistas locais e artistas de influência nacional para promover criação, atualização de conhecimento e muita cultura. Através de oficinas, debates, palestras, shows, peças e feira de livros, o festival transborda integração e formação.

Os encontros começaram no dia 4 de maio, com abertura feita pelo “3° Sarau das Pretas: Ya Mukumbi vive”. O dia trouxe a musicalidade negra com o DJ Jô Moreno, do Centro de Capoeira Angola, e a apresentação do músico maranhense Tião Carvalho, além de diversas atividades.

Com o prosseguimento da programação, o Londrix pôde proporcionar um momento raro, que não ocorria desde 1992. Uma noite memorável do Bar Valentino de 27 anos atrás, que movimentou e se guardou na lembrança de muitos, finalmente teve sua segunda edição. Poesia in Concert foi um dos destaques do Londrix 2019. Os poetas e escritores Mário Bortolotto, Rodrigo Garcia Lopes, Maurício Arruda Mendonça e Silvio Demétrio reapresentaram para Londrina a união entre poesia e música e sua potência de efeito nas pessoas.

Para Maurício Arruda Mendonça, a reunião depois de toda a experiência foi prazerosa. “Eu acho que tá todo mundo mais maduro, experiente pelo domínio do seu texto. Embora a gente tenha feito algumas antigas. Mas é super divertido”. Para ele, o Londrix proporciona uma oportunidade de canal entre o poeta-músico e o leitor. “Não tem muito sentido você fazer um trabalho poético do tipo torre de marfim. Você fica lá e alguém lê o seu poema. A comunicabilidade e o contato com o público são super importantes.”

Mário Bortolotto faz um paralelo entre o ano de 1992 e o período atual. Apesar de ter apresentado mesmas poesias da primeira edição, para ele os tempos são outros. “As pessoas tinham mais vontade de ouvir mesmo poesia. Londrina era efervescente. Agora a gente tá pagando o preço por não termos cuidado do país”.

A forma como os poemas apresentados se deslocam de um período passado e se aplicam no contexto atual é explicada por Silvio Demétrio. “O que eu curti de alguns poemas é que são dessa geração, mas parece que foi feita agora. Falam com o momento que a gente tá vivendo”. Ainda, ele afirma a consideração pela cultura dos festivais de Londrina e a importância do Londrix. “Consegui voltar. Estou aqui de volta e não saio mais. Exatamente por isso. Acho um barato esse lado da cidade. A gente tem que apoiar e participar porque é o que mantém a gente vivo. E o Londrix é sensacional, muito bacana.”

Ouça o podcast:

AlmA Londrina Rádio Web
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JORNALISMO CULTURAL 14/05
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