No último sábado foi realizado o ato “Revanche LGBT” no calçadão de Londrina. A decisão autoriza psicólogos a desenvolverem terapias de “reorientação sexual” a comunidade LGBT, ou seja, realizar a “cura gay”.
Por Camilla Giovanna
O pedido de liminar partiu da psicóloga e missionária Rozangela Justino que teve o registro profissional cassado em 2009 por utilizar a pratica de “reversão sexual”.
Tal pratica fere diretamente a Resolução 001/99 datada em 22 de março de 1999, que estabelece normas de atuação para psicólogos.
“Art. 3° – os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados”.
O principal objetivo da manifestação era mostrar para a população que circulava pelo calçadão que homossexualidade não deve ser vista como “doença”.
Não só os LGBTs como também os simpatizantes do movimento veem a concessão dessa liminar como um retrocesso para todas as conquistas obtidas ao longo dos anos.
Presente na manifestação, o psicólogo Stélio Sdoukos, comenta que grande parte da comunidade de psicologia não está de acordo a liminar proposta pelo juiz. “O que a psicologia faz é trabalhar os efeitos que o preconceito e que o sofrimento tem para a população LGBT. Um dos motivos pelo qual estamos aqui nessa manifestação é para mostrar o equívoco que foi a concessão dessa liminar e que a comunidade não precisa ficar desamparada”, explicou ele.
Mariana Valle, organizadora da “Revanche LGBT”, diz que a manifestação teve a intenção de chamar a atenção da sociedade e mostrar que a população LGBT não é doente. “Precisamos nos unir. O que estamos fazendo o Art.5º da nossa constituição? Somos realmente todos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza? Estamos jogando esse artigo no lixo? Temos que lutar para que nossos direitos sejam efetivados na integra”, finalizou.