Mais uma edição histórica para esse programa/podcast! A edição deste dia 19 de julho trouxe mais do que histórias, foi uma partilha de histórias e referências que nos fazem ser o que somos: Mulheres geradoras e nutridoras! Trouxemos a primeira mulher a se tornar Rei do Egito, Souto Mc com o quadro Jenipapo, um espaço para manifestação dos fazeres das mulheres indígenas, duas entrevistadas pra lá de determinadas e inspiradoras, Clara Nunes, uma pergunta simples: É o suficiente? e fechamos com uma reflexão sobre a morte. Tudo com a força do universo feminino.
Para falar da femenageada da semana vamos voltar no tempo, um tempo muito distante. Há 3500 anos existiu uma rainha que desejou ser rei. Isso mesmo, Hatshepsut foi a mulher que se autoproclamou Faraó do Egito nos anos de 1400 a.c.. No Egito era comum casamentos intrafamiliares, Hatshepsut era filha de Tutmés I e esposa de Tutmés II (seu meio-irmão), ascendeu ao trono como regente para governar em nome de seu sobrinho Tutmés III.
Ser aceita como rei não era uma missão simples então, a faraó utilizou todos os aparatos que simboliza a masculinidade. Espalhou esculturas de sua por todo Egito, sempre utilizando barba ou o adereço típico do faraó, a coroa de duas cabeças. A rainha-rei-faraó também dizia que não era apenas do rei Tutmés, mas de Amon-Rá, o grande Deus egípcio.
Durante seu reinado, ela foi a maior responsável pelas grandes construções, com o intuito de deixar sua marca e construir o legado como governante. Hatshepsut temia que seus descendentes tentasse apagar da memória do povo, suas realizações.
Além das construções, foi reconhecida por não aderir as batalhas, pelo contrário, sua liderança se baseava na boas relações com os reinos vizinhos.
A existência dessa mulher maravilhosa foi apagada por milhares de anos, até que em 1903 arqueólogos ingleses encontrarm rastros de seu reinado, grandes rainhas do Egito como Cleópatra nunca tiveram acesso há uma história ancestral tão potente.
Essa semana recebemos duas entrevistadas no estúdio, saca só:
Afreekasia é uma jovem que não é adepta aos rótulos, sua frente de pesquisa e atuação é a diáspora pela ótica da mulher. Com sorriso constante, um olhar que transpõe a menina que vive dentro dela. Cassia Sabino é santista, formada em Relações Públicas, tem uma veia nas artes visuais forte, fotogênica, expressiva, com muito bom gosto para música, ou seja, ela ilustra, discoteca, modelo, produtora, comunicador! Uma Deusa da baixada santista.
Aline cantia, uma mineira de BH que se formou em jornalismo para contar as histórias da sociedade através das grandes reportagens e que ao viver num quilombo na fronteira de Minas Gerai com Goiás e Tocantins, mudou os rumos de sua narrativa. passou a contar histórias do mundo, que curam, libertam e modificam a perspectiva sobre a vida! Foi uma visita inesperada trazida pela querida camila Genaro. Aline esteve em Santos para discutir as ações de pré-produção do evento Oralidades que acontecerá em agosto no Sesc Santos.
Jenipapo estreia hoje, com um tantão de emoção, uma coluna que eu tava paquerando há alguns meses também!! com muita satisfação desejo que seja bem vinda ao time, a rapper, historiadora, mulher braba, Caroline Oliveira, mais conhecida como Souto MC, que estreia a coluna mensal jenipapo para abordar a arte indígena, os saberes, as questões essenciais para a diminuição da discriminação e extermínio do povo índio!
No fio da história nos trouxe mais do que uma história, nos trouxe uma pergunta que norteou tudo. A pergunta “É o suficiente?” nos remete ao quanto estamos buscando fora respostas que estão dentro. Quando tentamos mover montanhas para doar ao outro. Ser quem se é, estar com que se ama, isso é suficiente pra você? O que é suficiente para você. Na história desta semana, camila trouxe uma adaptação livre do conto de Clarissa Pinkola Estés retirada do livro O Dom da História.
A ancestralidade feminina através da música, esse é o mote da curadora Roberta Youssef para sua coluna Crua e Nua na Hora do Sabbat. No segundo episódio Roberta Youssef a cantora que foi reconhecida como uma das maiores vozes da música brasileira. Além de cantora, Clara era um grande pesquisadora musical e umbandista, combinação perfeita para a difusão da cultura africana através de suas canções reverenciando os Orixás. Mas sua carreira foi muito marcada com o samba. Morreu aos 40 anos por complicações de um cirurgia, o que pegou todos de surpresa. Foi celebrada como a voz da Portela.
Clara Nunes foi uma potência e a primeira cantora brasileira a vender mais de 100 mil cópias, derrubando um tabu segundo o qual mulheres não vendiam discos. A cantora vendeu ao todo quatro milhões e quatrocentos mil discos durante toda a sua carreira.
Para encerrar, Flora Miguel trouxe canções sobre a morte e uma reflexão sobre o ciclo de vida-morte-vida e uma busca por músicas que tratem desse tema que a gente sabe tão pouco como lidar na vida real. a morte na sociedade ocidental é algo quase incompreensível e extremamente dolorido! bora falar sobre vida e morte!
E finalmente com a mais nova música de trabalho da cantora Tiê, “Deixa queimar”.