Quem vê a força e a garra de atores, dramaturgos e profissionais das artes cênicas de Londrina e a qualidade das produções que saem daqui não imagina que o setor enfrenta uma dificuldade bastante básica, a escassez de teatro. É difícil de acreditar que uma cidade que possui um dos festivais mais importantes do país, o FILO, não tenha muitos espaços públicos para encenação.

Por Giovanni Tagliari

Ballet de Londrina no encerramento do festival de dança em 2014 na obra do Teatro Municipal.
Para se ter uma ideia, após o término do festival no final de agosto o Teatro Ouro Verde voltou a fechar as portas por falta de funcionários. Soma-se a isso a interdição do Teatro Zaqueu de Melo pelo corpo de bombeiros, a desmontagem do circo da Funcart e claro, a obra do Teatro Municipal que está parada desde 2014 e não há nenhuma previsão para que volte a ser construído.
O Teatro Municipal começou a ser construído em 2013 e previa a construção de um teatro de 2400 lugares, com um custo estimado de 80 milhões de reais.
De acordo com o coordenador da Funcart Sílvio Ribeiro, não são apenas os grandes espetáculos que são prejudicados com a falta de espaços públicos para a produção cultural. “A gente está em montagem do espetáculo Romeu e Julieta de Shakespeare e até agora não sabemos em que espaço vamos apresentar. A cidade está completamente desfalcada de espaços. Tem o Ouro Verde, mas sem funcionário, tem o Zaqueu de melo fechado, os espaços da Universidade sem segurança. O circo Funcart tivemos que desmontar.”, explicou Silvio Ribeiro.
Para o ex secretário de cultura e diretor do Ballet de Londrina Leonardo Ramos, há um descaso com o setor de cultura em Londrina. Essa mentalidade deveria mudar, pois para ele o teatro municipal poderia ajudar a fomentar as produções culturais da cidade, trazendo assim grandes espetáculos de fora.
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