O Grupo Mawaca, notável pelo trabalho experimental e que engloba música de várias etnias, irá tocar nesta quinta-feira (22) durante o evento circulasons em Londrina. O conjunto se apresenta com o espetáculo ‘Nama Pariret’, em que as cantoras se despem da instrumentação poderosa que sempre as acompanhou e se debruçam sobre pérolas vocais a capella de diversos lugares, mostrando as demandas das mulheres em tempos remotos e atuais.
A apresentação acontece ás 20h no Cine Teatro Ouro Verde – ingressos podem ser comprados pela plataforma sympla. No mês de dezembro, o evento ainda trará o músico Egberto Gismonti e o Duo Gisbranco.
Por Bruno Leonel (com informações da assessoria – Foto: Jorge Lepesteur)
O circulasons apresenta músicos brasileiros de renome internacional com shows e concertos imperdíveis, propondo ao público ouvir o mundo sonoro em sua ampla diversidade cultural. O que há em comum entre uma canção sevillana do sul da Espanha, um tema da francesa Occitane, uma orientalizada melodia sefardi ou um protesto cantado pelas tabaqueiras do sul da Itália? A costura entre essas diferentes musicalidades, recolhidas na tradição oral, é tecida pelo grupo Mawaca no espetáculo Nama Pariret.
Em cena, está a força do canto feminino em diferentes épocas, lugares e culturas, trazido à contemporaneidade pela aproximação com a música brasileira. Por exemplo: Min Beryia, do Curdistão, encontra o coco de Mestre Verdelinho, natural de Alagoas. Banderita Colorada, canto das cajeras argentinas, mistura-se com o ritmo das caixeiras do Maranhão. O repertório surge das minorias. Algumas canções têm o tom de protesto, como Fimmene, das tabaqueiras do sul da Itália.
Essa busca pelo canto ancestral, pela voz feminina que se levanta em paixão, protesto ou lamento, já estava presente há 23 anos, quando o Mawaca surgiu dirigindo sua força vocal a diferentes etnias espalhadas pelo mundo. Nama Pariret é, portanto, uma volta às origens. Tudo isso permite um incrível giro musical pelas possibilidades rítmicas e vocais de cada cultura, seja a polifonia dos pigmeus em Babanzele ou o lamento haitiano Mayi a Gaye – uma homenagem aos refugiados de ontem e de hoje.
É uma diversidade representada em timbres, harmonias vocais e tons arraigados ao fundamental, à terra e aos sentimentos ancestrais, especialmente a condição feminina dos tempos remotos à atualidade. Nama significa força vital para a etnia Dogon, do Mali. E Pariret representa a beleza para os Ikolen-Gavião de Rondônia. É um espetáculo voltado à beleza vital, aos sentimentos essenciais da humanidade. Por isso, os cantos de Nama Pariret emocionam. Podem parecer obras de povos distantes, mas, na verdade, também falam de nós, de um país formado por imigrantes. São as vozes de nossos avós. São nossas próprias vozes, plenas de dores e alegrias.
SERVIÇO – Show Nama Pariret, com o grupo Mawaca.
Dia 22 de novembro, às 20hs, no Teatro Ouro Verde/UEL
Os ingressos custam R$ 40 (individual meia), R$ 80 (individual inteira)
PONTOS DE VENDA – Brasiliano Bar & Cozinha
Sonkey Instrumentos Musicais (R. Souza Naves, 9)
Loja Ciranda (R. Hugo Cabral, 656) -Teatro Ouro Verde UEL