O programa dessa semana fala sobre o número de crianças mortas pela guerra e pela fome nos últimos anos no mundo.
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Em setembro de 2015, as imagens Alan Kurdi, o menino refugiado sírio de três anos cujo afogamento causou consternação ao redor do mundo, tinha escapado das atrocidades do grupo autointitulado “Estado Islâmico” na Síria. O pai do menino, Abdullah, fugira com mulher, Rehan, e outro filho, Galip, de 5 anos, para tentar chegar ao Canadá, onde vivem parentes da família. Isso mesmo depois autoridades do país norte-americano terem negado um pedido de asilo.
Em outubro de 2015, aproximadamente quatro milhões de pessoas, no Sudão do Sul, estavam em risco de morrer de fome, segundo a Organização das Nações Unidas. A ONU pediu para que agências humanitárias tivessem acesso a áreas de conflito num esforço para evitar que crianças morressem de fome. Famílias foram obrigadas a comer grama e folhas de árvores para sobreviver, diante da falta de ajuda. E, em cada seis segundos, uma criança morre por causa da fome ou de doenças relacionadas.
Em janeiro de 2016, um vídeo divulgado nas redes sociais mostrava famílias que também são obrigadas a comer grama e folhas de árvores para sobreviver na cidade de Madaya, que está cercada por tropas do regime de Damasco. “As pessoas estão morrendo. Elas estão comendo coisas do chão. Estão comendo cães e gatos”, disse à BBC uma ativista cuja família está em Madaya.
Em agosto de 2016, o mundo ficou em choque com a foto do garoto de cinco anos resgatado sob escombros de um prédio em Aleppo, no norte da Síria, após bombardeio aéreo na quarta-feira. Na imagem, Omran Daqneesh aparece em estado de choque, sujo de sangue e poeira, enquanto aguarda atendimento médico dentro da ambulância. Ele é mais uma das crianças vítimas da guerra que já se alastra por cinco anos.
Crianças são 27% dos mortos por bombardeios em guerra na Síria. Os pesquisadores, liderados por Debarati Guha-Sapir, relatam que foram documentados ataques suicidas dirigidos especificamente contra menores dentro de colégios e barris-bomba lançados de helicóptero pelas forças governamentais contra hospitais. Apresentam isso como uma prova de que essas bombas, armas supostamente indiscriminadas, estão sendo usadas “de forma seletiva contra crianças e outros grupos civis”. Até janeiro, 220.000 pessoas morreram como consequência direta de ações de guerra, 59.400 crianças.
Segundo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas), a fome e a desnutrição, diz o relatório, levam à morte todos os anos mais de 5 milhões de crianças, a maioria nos países em desenvolvimento. A fome tem feito crescer o trabalho infantil. Na falta do que comer, pais permitem que crianças a partir dos 3 anos comecem a exercer trabalhos extremamente perigosos para sua idade. Essas crianças perderam sua infância, o direito garantido pela constituição à comida, à moradia, à saúde e educação.
Na playlist Los Aldeanos Ft Gabylonia, Os Seminovos, Zack de la Rocha and DJ Shadow, Bob Dylan, SOJA ft Falcao of O Rappa, Saul Williams, Beastie boys e Bnegao e os Seletores de Frequência.