“Esse festival ainda vai demorar muito para morrer”, a frase do idealizador do Festival Demo Sul, Marcelo Domingues, ecoou nos gritos de resposta da multidão que encheu o Bar.bearia no primeiro dia do evento. Nem o tempo frio e a chuva foram capazes de espantar os entusiastas do festival que traz uma programação marcada pela pluralidade neste ano.
Por Bruno Codogno, Bruna Myiaki e Victor Assis, epsecial para o Demo Sul 2018
Foto de capa: Bruno Codogno, PALCO VALENTINO no último dia 22
No primeiro dia, a Manon Lescaut abriu a programação de forma calorosa. Após quatro anos de hiato, a banda trouxe seu strange rock de volta com riffs que exploram melodias marcantes. Depois foi a vez dos rude boys de Londrina fazerem o público dançar. A Londrina Ska Clube subiu ao palco trazendo uma releitura do ska clássico que agitou o Bar.bearia. Por último, foi a hora de bater as cabeças ao som do stoner rock do Red Mess. A atmosfera rubra do power trio envolveu a todos com seus riffs marcantes e ritmo agressivo, influenciados por nomes como Black Sabbath e King Crimson. A entrada da noite foi de graça e os shows foram muito bem regados às inigualáveis cervejas Amadeus.
No segundo dia do Festival Demo Sul, a Aminoácido, que está em turnê interplanetária, pousou no Palco Valentino. Ninguém ficou parado quando o ritmo frenético das vibrações sonoras da banda entrou em cena. De volta da turnê no norte do país, a banda comemorou tocar no Demo Sul. “O Demo Sul tem uma tradição e uma história muito fortes. 18 anos de um festival independente que apoia as bandas autorais londrinenses, isso é muito importante. Estar tocando aqui, fazendo história, nos satisfaz muito”, lembra o baterista Douglas Labigalini. Para Labigliani, tocar em um festival símbolo de resistência dialoga muito com a mensagem da Aminoácido de não parar de fazer música e ter sua liberdade de expressão em forma de som.
Em seguida, a banda de pop londrinense Luvbites trouxe um material recém-saído do forno para o público. Com o lançamento no dia anterior do clip live session “Lily & Luli” e o projeto de fazer uma trilogia pré-lançamento do primeiro vinil pela Fatiado Discos de São Paulo, a Luvbites trouxe seu som diverso para os palcos do Demo Sul. “Nossa banda não tem um estilo, tem música country, tem rap, folk, indie, punk rock. Foi bem assertivo a gente ficar no meio, porque nosso som fica entre as duas outras bandas”, conta o vocalista e guitarrista, Igor Diniz.
Para fechar a segunda noite de shows do Demo Sul, a Mullet Monster Mafia subiu aos palcos com toda a agressividade do seu surf rock. Pioneira em um som instrumental não-convencional, que mistura a surf music com o peso do hardcore e do punk, a Mullet Monster Mafia trouxe a experiência da sua trajetória por palcos do mundo todo para o Festival Demo Sul. A banda relembra a importância dos festivais alternativos. “Um festival mostra o que está rolando no momento, o que não está na televisão, nem no rádio; está sempre na frente da grande mídia. Principalmente o Demo Sul que traz bandas de fora do Paraná. É o pioneirismo desse festival que faz ele importante para as bandas”.
Serviço
Amanhã (24/11) o público pode conferir o grindcore da Subcut (SP), a banda de um homem só O Lendário Chucrobillyman (PR), o rock tosqueira da Wi-Fi Kills (PR) e a resistência visceral da Maracajá (PR). Os shows vão ser no Palco Alma no Cemitério de Automóveis (Av. Arthur Thomas, 342). Além das atrações, o público pode participar de oficinas, exposições e encontro de zines. Lembrando que no último dia (01/12), a programação conta com Novíssimo Edgar e as bandas vencedoras das prévias do Demo Sul, além do baile do LP. A meia entrada custa R$ 25,00 e a inteira R$ 50,00. O pacote promo para as duas noites é de R$ 40,00. Os convites antecipados estão à venda no Bar.bearia