Kaingangs aprendem a imortalizar a própria história

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Uma parceria fechada entre o Museu Histórico de Londrina e o Centro de Memória e Cultura Kaingang está permitindo que índios da Reserva Indígena do Apucaraninha, a cerca de 45 km de Londrina, aprendam técnicas e fundamentos importantes para a preservação da memória e da cultura indígena.

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Jornalismo Cultural - 27/09/2017
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Por Giovani Tagliari
Fotos: Rakelly Calliari

Os encontros estão sendo realizados uma vez por mês no Museu Histórico, onde, em média, dez alunos têm aulas durante o dia todo com um dos técnicos da instituição. Até agora, em diversos encontros, a turma já teve aulas de manutenção, indexação e limpeza de fotografias, organização de material tridimensional e até de exposições. Em seguida eles vão aprender a catalogar e armazenar livros em uma biblioteca.

Luiz Henrique Mioto, um dos intermediadores da parceria, conta que além de capacitar os indígenas a preservarem sua memória cultural, o museu disponibilizou uma seção de sua exposição permanente para que, ao fim do curso, os alunos a utilizem para contar a história do seu povo com uma exposição própria.

Para o aluno João Maria Rodrigues, também conhecido como Tapixí, o curso tem uma importância muito grande para a evolução do povo Kaingang.

O deslocamento entre a aldeia e o museu é financiado pelo programa de indenizações da Copel, que indeniza a comunidade indígena (localizada na reserva do Apucaraninha) através de projetos sociais. Este mês foi o último dia com os técnicos do museu e, em outubro, os alunos já irão modificar o espaço de exposição permanente do museu. A exposição será aberta ao público.

A atividade é importante para manter o Centro de Memória e Cultura Kaingang funcionando. O centro é um dos 13 museus do Brasil que estão em terras indígenas e são administrados por eles. Neste mês um grupo de 200 indígenas da Reserva do Apucaraninha ocupou uma propriedade em Tamarana. O motivo seria um equívoco nas escrituras da propriedade, o que teria ocasionado uma redução de cerca de 600 metros quadrados de terras indígenas. Uma audiência de conciliação foi realizada e os indígenas concordaram em ocupar outra região.

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