Essa semana o programa Marginália fala do conceito de desenraizamento tratado no livro Cultura Brasileira de Alfredo Bosi.
Para o autor, o desenraizamento é a mais perigosa doença que atinge a cultura. Se a migração e o trabalho operário são desenraizantes, o desemprego é um desenraizamento de segundo grau.
Às vésperas do nazismo, o proletariado alemão, que era mais avançado da Europa em termos de consciência, sofria a crise do Desemprego. Sobre a desmoralização da pessoa, vagando dia após dia atrás de trabalho cada vez com menos esperamos, sobre esse vazio e anomia é que a sombra de Hitler se projetou. Aliás, os primeiros campos de concentração se abriram para operários desempregados.
O desenraizamento por excelência é a ignorância do Trabalhador em relação ao destino das coisas que fabrica. Qual seu valor e utilidades sociais? A que necessidade humana ele atende? O que os outros homens devem agradecer-lhe?
Aqui o desenraizamento é o efeito da alienação: é uma situação limite do dominado na estrutura capitalista.
Na playlist mulheres poderosas que cantam a realidade das mulheres oprimidas.