O programa Marginália dessa semana fala, ao som de The Allman Brothers Band, sobre a hipótese da Espiral do Silêncio.
O conceito começou a ser formulado na década de 1960 pela socióloga e cientista alemã Elisabeth Noelle-Neumann, mas só foi citado pela primeira vez em 1972 durante um congresso internacional de psicologia em Tóquio e publicado pela autora na forma de livro apenas em 1984.
A Espiral do Silêncio surgiu como uma teoria de ciência política, mas passou a ser mais empregada no campo da comunicação de massa conforme Noelle-Neumann se dedicou a mensurar o impacto que a opinião pública tem sobre a opinião dos indivíduos.
Segundo ela, a hipótese da Espiral do Silêncio foi um retorno ao conceito de um meio de comunicação de massa poderoso: a opinião pública decorre da luta subconsciente dos indivíduos que convivem em grupos com o objetivo de chegar a juízos e consensos comuns, por isso silenciosa, porque inconsciente. E espiral porque contínua e ininterrupta.
A Teoria do Espiral do Silêncio contém o movimento daquilo que vai se difundindo, pouco a pouco ou de uma só vez, aquilo que alguém não consegue superar. É a suposição básica desse processo: a comunidade de opinião que se impõe parece ser mais forte do que, na realidade, é, porque reduz a outra comunidade de opinião a um núcleo duro de pessoas que nela persiste.
Logo, nesta teoria, a opinião pública é pré-fabricada, o jornalista não influencia, apenas divulga, o silêncio é inconsciente e afunila para opiniões que integram o ser em grupos da felicidade eterna. Tudo isso porque o sistema caminha para a realização dos desejos mais íntimos e absurdos da esfera humana.
Na playlist, The midnight rider, Come On In My Kitchen, Soulshine, HoochieCoochie Man, I Got a Right To Be Wrong, Blue Sky, Midnight Man, Temptation Is A Gun e Judgement.