Essa semana o programa Marginália apresenta recortes dos maiores veículos de comunicação do país para discutir: Quem financia o MBL? Ao som de Control Machete, Cypress Hill, Delinquent Habits, Kid Frost, Los Aldeanos, Mala Rodriguez, Molotov, Psycho Realm e Robolver.
No dia 13 de março de 2015 a revista Carta Capital publicou um artigo com o tema “Estudantes pela Liberdade” (EPL) são financiados por corporação petroleira norte-americana que ataca direitos indígenas, depreda ambiente e tem interesse óbvio em atingir a Petrobras.
A matéria investigava a ligação do movimento com os irmãos Koch, donos da segunda maior empresa privada dos Estados Unidos, com um ingresso anual de 115 bilhões de dólares, que só se tornaram conhecidos por suas maldosas operações no cenário político do país.
As Koch Industries têm suas principais atividades ligadas à exploração de óleo e gás, oleodutos, refinação e produção de produtos químicos derivados e fertilizantes. Outras das frentes dos irmãos Koch são a Atlas Economic Research Foundation, que patrocina a Leadership Academy, e o Institute for Humane Studies, às quais os integrantes do MBL estão ligados.
Entre as atividades danosas dos irmão encontra-se o roubo de 5 milhões de barris de petróleo em uma reserva indígena (que acarretou uma multa de 25 milhões de dólares do governo americano) e outra multa de 1,5 milhões de dólares pela interferência em eleições na Califórnia. O Greenpeace considera os irmãos opositores destacados da luta contra as mudanças climáticas. Os Koch foram multados em 30 milhões de dólares em 300 vazamentos de óleo.
Em abril de 2017 a Revista Piauí teve acesso ao grupo do MBL no whatsapp. O grupo criado no aplicativo contava com Kim Kataguiri, principal líder do MBL, além dos irmãos Renan e Alexandre Santos, do vereador democrata de São Paulo Fernando Holiday, do youtuber oficial do movimento e dono do canal Mamãe Falei, Arthur do Val, e de Pedro Augusto Ferreira Deiro, também conhecido como o funkeiro Pedro D’Eyrot.
De acordo com a revista, nos áudios, o grupo afirmava buscar “drenar parte das jovens lideranças tucanas”. “A ideia é deixar todo esse povo podre afundando com o psdb e trazer a galera mais Jovem e liberal pro mbl”, diz Kim Kataguiri no dia 22 de agosto a uma pessoa que dizia temer a união entre MBL e PSDB. “Com os do PSDB temos preconceito, conceito e pós-conceito. São pilantras”, reforça Kataguiri, quando os integrantes são questionados se teriam algum preconceito com a legenda tucana.
Dilma, Lula, PT, Psol, Marina Silva e Rede também viram alvo de críticas, mas com menor intensidade do que a recebida por políticos como Jair Bolsonaro, que é chamado de “tosco”, “ignorante”, “sem noção” e “inadmissível”.
Luciano Huck também é citado, visto como uma figura que diluiria o voto da direita, enfraquecendo Dória. Renan Santos diz que “ele é piada”, “lixo”. “Politicamente correto, desarmamentista, ambientalista de boutique, intervencionista”, completa.
O jornal El País, no dia 26 de setembro de 2017 afirmou que há um lado nebuloso sobre como se organiza e se mantém financeiramente este movimento. Todos os recursos que recebe por meio de doações, vendas de produtos e filiações são destinados a uma “associação privada” — como consta no site da Receita Federal — , chamada Movimento Renovação Liberal (MRL), registrada em nome de quatro pessoas, sendo três deles irmãos de uma mesma família: Alexandre, Stephanie e Renan Santos. Este último é um dos coordenadores nacionais do MBL e um dos rostos mais conhecidos do grupo.
A família Santos responde atualmente a 125 processos na Justiça, relativos a negócios que tiveram antes da criação do MRL. O jornal teve acesso a estes processos. A maioria é relativa à falta de pagamento de dívidas líquidas e certas, débitos fiscais, fraudes em execuções processuais e reclamações trabalhistas. Juntos, acumulam uma cobrança da ordem de 20 milhões de reais, valor que cresce a cada dia em virtude de juros, multas e cobranças de pagamentos atrasados.
Em 06 de outubro de 2017, o jornal Diário do Centro do Mundo noticiava que no dia 12 de junho de 2016, Bráulio Fazolo deixou uma mensagem pública na página do MBL no Facebook informando sua decisão de sair do grupo. O motivo era o apoio do MBL ao PMDB em troca de ajuda financeira e o uso do movimento como ferramenta de autopromoção por parte de alguns integrantes.
Em entrevista Bráulio afirmou que o MBL se modificou bastante desde a votação do impeachment no Congresso. ‘Uma coisa que eu quero que fique clara é que o movimento recebeu dinheiro do PMDB. Não só do PMDB mas de alguns outros partidos, mas vou citar o PMDB em especial porque o nome do partido foi falado internamente nas reuniões.’