Essa semana o Marginália fala sobre a arte na visão de Friedrich Wilhelm Nietzsche, ao som de Eddie Vedder, The Beatles, Bob Dylan, Lou Reed, Elvis Presley, Jerry Lee Lewis, Ray Charles, Chuck Berry, Grand Funk Railroad, Lynyrd Skynyrd e Deep Purple.
Para Nietzsche, toda a arte e toda a filosofia podem ser consideradas como remédios da vida, ajudantes do seu crescimento ou bálsamo dos combates: postulam sempre sofrimento e sofredores.
No livro ‘Gaia Ciência’, ele afirma que, enquanto fenômeno estético, a existência nos parece sempre suportável e, por meio da arte, nos demos os olhos e as mãos, sobretudo a boa consciência, para poder crer, por nós mesmos, em semelhante fenômeno.
É preciso de vez em quando descansarmos de nós próprios, olhando-nos do alto, com uma distância artística, para rir, para chorar sobre nós: é preciso descobrirmos o herói e também o louco que se escondem em nossa paixão pelo conhecimento; é preciso aqui e acolá sermos felizes com nossa loucura, para podermos continuar felizes com nossa sabedoria.
E é precisamente porque somos no fundo homens pesados e sérios, e mais ainda pesos que homens, que nada nos faz mais bem que o capuz dos loucos: temos necessidade dele diante de nós mesmos – temos necessidade de toda arte petulante, flutuante, dançante, zombeteira, infantil e vem-aventurada para não perder essa liberdade que nos coloca acima das coisas e que nosso ideal exige de nós.
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