Uma noite dedicada à brasilidade

Por Giovanni Porfírio

Terceira noite de shows do Palco Alma reuniu grandes nomes da música local e nacional

Música de qualidade aprovada pelo público. A terceira noite de shows do Palco Alma Londrina foi recheada de boas composições e conquistou quem estava presente. A primeira atração a subir no palco foi o músico Seo Nelson, referência local no gênero e que levantou o público com clássicos como “O que é, o que é”, de Gonzaguinha. Seo Nelson conversou com a gente após o show e falou da sensação de se apresentar no Palco Alma. “Nossa, eu achei maravilhoso. É o tipo de coisa que me faz bem. É você tocar em grupo, principalmente esse pessoal aí que já toca comigo há um certo tempo, e essa harmonia do povo, povo gostando e aplaudindo, acho maravilhoso isso aí, muito bom”, disse.

O cantor subiu ao palco com seu filho, Nenê (tantã), Julinho (surdo) e Gabriel Bolda (pandeiro). Ele falou sobre a paixão de tocar para o público. “Chegar no ponto em que cheguei, em matéria de idade… Eu sempre digo: minha idade é cronológica, a patológica acho que não chegou ainda, porque eu toco e canto numa felicidade como se eu tivesse 20 anos, 30 anos, para mim é muito bom…É o tipo de coisa que Deus permitiu que eu aprendesse a música sem estudar. Acho que é uma coisa que eu faço de gosto é tocar e cantar. ”, disse. Ele ainda comentou sobre a recepção das pessoas que vem apreciar seu show. “Tem um rapaz aqui que eu conheço a muito tempo, desde quando era estudante, e sempre que me vê eu tenho que cantar Espelho, do João Nogueira. E acabei não cantando”, lamenta.

O segundo grupo a subir no palco foram os músicos do Abacate Contemporâneo, dos irmãos Rafael e Raquel Palma. É a segunda vez que os irmãos tocam na Vila Cultural Alma Brasil. Rafael falou do resultado positivo da terceira noite de shows. “Saldo 100%. Seo Nelson, que representa a raiz do samba. Bruno Morais, no começo da carreira dele eu trabalhei com ele, fiquei emocionado. De certa forma, eu faço um pouco parte desse trabalho”, disse.

O Abacate trouxe um repertório variado, e colocou todo mundo para dançar. “A gente fez um show com 14 músicas, 4 releituras e 10 composições autorais. A gente começou com 2 autorais. O resto era tudo releitura. Aí a gente falou, as músicas tão bacanas, tá dando certo, e a gente começou a compor, fazer arranjo e tal. E foi colocando uma a uma”, afirmou. Segundo Fuca, o papel da irmã como atriz ajuda na composição do show. “Tem coisas que são surpresas até para mim. Porque fica uma coisa visceral, de show mesmo. A gente mistura um monte de coisa brazuca, e vanguarda paulista, mas tem uma coisa rock’n roll no meio”, disse.

O último a subir no palco foi o paulista Bruno Morais, trazendo a mistura do samba com o jazz e outros estilos. Prestes a lançar seu novo disco, ele falou com a gente sobre os planos para o futuro e a sensação do tocar no Palco Alma. “Fiquei muito feliz de ver tanta gente querida, amada, tantas pessoas que eu tava com saudades, e principalmente mostrar aqui, na terra onde eu cresci, o meu trabalho. É bem difícil vir para Londrina, e vir ainda com a banda toda, foi muito legal”, disse. Ele comparou a cena alternativa de Londrina com a paulista, e destacou que é proporcional ao tamanho da cidade. “Acho que é proporcional ao tamanho da cidade. Acho que tem uma efervescência grande acontecendo no Brasil inteiro, cheio de bandas novas, com integrantes de todas as idades, isso é ótimo. É lógico que tem uma música regida pelo sistema, que também que faz muito parte da cidade hoje em dia. Mas acho que a galera que tá resistindo, querendo fazer música nova tem surgido em todos os lugares. O que eu posso dizer é quando eu saí daqui. A cena tava praticamente zero”, diz.

A relação de Bruno com a banda Abacate Contemporâneo também foi lembrada pelo cantor. “É lindo ver o Abacate, que é uma banda que tem a ver comigo. A primeira música que eu fiz, na minha vida, eu fiz na casa do Fuca e da Raquel, então ver que o Fuca tem essa força de criar um trabalho novo, que a Raquel virou uma cantora maravilhosa…”, diz.

A próxima e última rodada de shows do Palco Alma está prevista para dezembro, na Concha Acústica. Fique ligado na programação da Alma Londrina Rádio Web e acompanhe as datas e horários!

Por que você não responde?

O cenário do punk rock não para!