Essa semana o Programa Marginália fala da ativista indiana Vandana Shiva ao som de cantoras indígenas e latinas como Renata Flores, Karen Dalton, Maysei Rika, La Charo, Perota Changó e Caye Cayejera.
Considerada uma das mulheres mais inspiradoras da atualidade, Vandana Shiva, Ph.D. em filosofia e ativista Indiana pelo meio ambiente, acredita que a diferença entre poder masculino e feminino não apenas existe, mas como é maior do que pensávamos.
Para ela as mulheres são experts em vida e isso porque foram elas, ao longo da história, as encarregadas das tarefas relacionadas à reprodução da vida. Enquanto o poder masculino é embasado na separação da natureza e dos próprios homens, são as mulheres que acumularam conhecimento sobre sementes, água, comida, solo e, claro, sobre a geração da vida e a criação das crianças.
É por isso que as mulheres são cruciais na contemporaneidade: porque estamos frente a um futuro que precisa aprender a se reconectar com a vida.
Defende que os “pobres” não são aqueles que “ficaram para trás”, por serem incapazes de jogar as regras do capitalismo, mas aqueles que ficaram excluídos de todo jogo e aos quais foi impedido o acesso aos próprios recursos de um sistema econômico que destrói o controle público sobre o patrimônio biológico e cultural.
Estar “do lado dos últimos” (como diz o título de um recente livro seu publicado pelas edições Slow Food) não significa, portanto, dar mais a quem tem menos, mas restituir o que foi subtraído com a força de leis injustas, defender os bens comuns do assalto avançado da globalização neoliberal, impedir a exclusividade das formas de vida e de conhecimento e construir uma nova democracia ecológica. Uma democracia que defenda a biodiversidade e que reconheça o condicionamento recíproco entre sustentabilidade ecológica e justiça social.