Bruno Morais, nascido em Londrina e que fez sua morada em São Paulo, é, antes de qualquer coisa, um exímio cantor que, através do seu talento, busca trazer novidade para a cena atual da música brasileira, sua voz sussurrada e o álbum repleto de sons misteriosos, tornam um grande prazer ouvi-lo.
Logo na primeira música do disco “A vontade superstar”, produzido pela YB Music e lançado em maio de 2009, percebemos a sutileza e equilíbrio que o cantor Bruno Morais usa em suas músicas. Repletas de arranjos harmoniosos e uma voz presente, ainda que tão suave. Os ritmos são marcantes, não como aquelas músicas que grudam na cabeça, mas como a melodia que nos pomos a cantarolar fazendo tarefas rotineiras.
O cantor que foi selecionado como um dos dois representantes brasileiros para o laboratório de criação e congresso mundial de música e tecnologia “Red Bull Music Academy”, já tinha um álbum lançado em 2005, Volume Zero, que obteve ótima aceitação dos críticos especializados, e acabou se destacando no evento por já ter um álbum publicado.
Ainda em Seattle, o artista compôs, gravou e produziu em parceria com consagrados produtores como Leon Ware (Marvin Gaye, Ike and Tina, entre outros) e ainda com Vitamin D, Toby Lang e XXXChange, todos bem presentes nos efeitos tornando a obra bem mais artística.
Mesclando ritmos dentre samba, jazz, soul, bossa nova e a música brasileira na sua mais ampla vertente, o disco foi gravado em épocas e estilos diferentes, contando com algo próximo a 40 participantes, dentre músicos e técnicos. As canções foram toda arquitetadas com o maior zelo, valorizando a composição única e bela entre os mais variados instrumentos e efeitos eletrônicos, evitando uma estagnação, o que tornou cada música diferente em si.
A sonoridade do álbum é um reflexo do modo como Bruno vê a música, transparecendo seu desejo de agregar boas referências e imprimir uma multipersonalidade em todas suas faixas. Bruno sabe como controlar sua voz, usando como referência os traços sutis da Bossa Nova, alternando os volumes, já na sua apresentação, ele não contém a emoção e exalta uma verdadeira resposta emocional a sua voz contida.
Em todo o disco, as canções se sobressaem em um padrão ordenado, exalando conhecimento e apresentando argumentos repletos de sentimento perante aos costumes “você vai ver, gente assim não vai pra frente”, “abra os olhos, reconheça”, longe de ser autoritária, soa como um conselho amistoso, fazendo-nos crer na nova era da música brasileira, onde a composição e mensagem da canção são primordiais para a idealização das canções em si.