De onde surgiram os zumbis? A resposta para esta pergunta você confere hoje no quinto episódio do podcast Scientia Vulgaris pela Alma Londrina Rádio Web.
Por André Bacchi.
A ideia de reanimar um corpo e trazê-lo de volta a vida com a consciência alterada é presente em alguns rituais de certas culturas e pode estar associado ao uso de uma mistura de substâncias que provocam paralisia muscular e substâncias alucinógenas.
O corpo imóvel pela paralisia seria dado como “morto” e, após passar esse efeito, “ressuscitaria”. Como estaria sob efeito de alucinógenos, o “cadáver” voltaria à vida com a consciência alterada, comprovando os poderes do xamã.
Inspirações
Já na natureza, encontramos diversas inspirações. A vespa esmeralda (Ampulex compressa) injeta toxinas que paralisam determinadas áreas da barata e “puxa” o inseto pelas antenas, conduzindo-o a um local adequado para fazer a postura de seus ovos e servir de alimento para as futuras larvas. A dose do veneno tem que ser precisa para não bloquear totalmente os movimentos do artrópode. Afinal, zumbis andam de um jeito estranho, mas andam.
Outro exemplo é o fungo do gênero Cordyceps, que cresce em insetos e artrópodes em geral. Esse fungo infecta uma formiga e é capaz de alterar seu comportamento, fazendo-a se distanciar do seu ninho e ficar em folhas de plantas elevadas em relação ao solo. Lá, a ela se prenderia à folha pela sua mandíbula e fica protegida, até que o fungo possa liberar seus esporos.
Como está em local elevado, os esporos caem nas formigas que estão abaixo e o processo de “zumbificação” se amplifica. Esse é o fungo explorado no jogo “The Last of Us” que, na obra virtual, infecta a humanidade provocando um cenário apocalíptico.
Mesmo assim é difícil imaginar algo desse tipo acontecendo com seres humanos ou mamíferos em geral, devido ao nosso tamanho e complexidade, certo?
Na verdade, não precisamos ir muito longe. O Zumbi possui alguma semelhança com os “vírus zumbis” da cultura pop. O animal infectado desenvolve hidrofobia (não consegue ingerir líquidos, por exemplo). Isso favorece a concentração do vírus na saliva.
Além disso, o vírus torna o animal mais agressivo, aumentando-se a chance do mesmo provocar uma mordida e transmitir o vírus concentrado na boca, iniciando o ciclo em um novo hospedeiro.
Embora sejam frutos da ficção, temos muita inspiração na realidade!
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