Hora do Sabbat estreia coluna Nó na Garganta

Se em abril e maio nós falamos muito sobre questões étnico raciais, essa décima edição da Hora do Sabbat chega com a estreia da coluna Nó na Garganta, podcast produzido pelo Desvio Padrão Coletivo. Essa parceria traz uma série de conteúdos sobre as mulheres do choro. Nessa estreia tem uma entrevista linda com Roberta Valente, que conta um pouco sobre como foi desafiadora a consolidação de sua carreira no mundo do Choro, ambiente essencialmente machista.

Ouça o podcast:

Por Sarah Mascarenhas. 

A seleta musical apresenta cantoras da baixada santista como Natt Maat, Maria Sil, Mel MC, Geo, Preta Rara, a banda Noite Cinza e a atual participante do programa Colaboradora do Instituto Procomum, Soledad. Nascida em Fortaleza (CE), Soledad desenvolve um trabalho híbrido, que vai da composição à interpretação, dos palcos de teatro à militância feminista.

E nessa seleta teve muito mais: Shaira Ribeiro, Tika, Lu Toledo, Iná Iê, Guidi Vieira, Flora Mattos, Souto Mc, Luísa e Os Alquimistas, Layla Arruda e Jadsa. Uma curadoria feita com base em cantoras que você precisa conhecer este ano, principalmente agora em tempos de isolamento físico. A música produzida por essas mulheres traz muita originalidade, crítica social e posicionamentos diante de todo caos que a sociedade contemporânea vivencia.

Como sempre, a Hora do Sabbat é pluralidade, então seguimos a leitura do livro Aquela Mulher no canto esquerdo do quadro de Fernanda Grigolin, e essa semana o texto seguiu contando do movimento grevista na industria têxtil em São Paulo. Especialmente nesta parte, há uma carta redigida por um grupo de mulheres ativistas direcionada aos soldados que reprimiam as manifestações que cabe muito bem no momento que estamos vivendo. Um apelo humano para que se coloquem no lugar de humanidade e parem de atirar nas pessoas. #VidasPretasImportam

É hora de se posicionar na luta antirracista. Sim. Se posicionar na luta antirracista, se enxergar como a raça branca que idealizou, implementou e faz a manutenção desta discriminação racial desumana, João Pedro, João Vitor, Claudia e tantos outros executados a sangue frio pela polícia brasileira. George Floyd, executado em plana luz do dia por um policial branco nos EUA e que ainda expressava, sem o menor pudor, a alegria de ver a vida de George se esvaindo. Até quando vamos ficar nesta zona de conforto branca?

A femenageada da semana é uma mulher que contribui muito para a melhoria do cultivo sustentável da soja no Brasil, Johanna Dobereiner, engenheira agrônoma. Nascida na República Tcheca, Johanna se naturalizou brasileira na década de 50. A pesquisa mais importante de Dobereiner foi sobre a Fixação do Nitrogênio Biológico no cultivo da soja. Com o sucesso dessa pesquisa, a técnica foi aplicada também no cultivo da cana de açúcar o que contribuiu para o programa PROALCOOL. Foram 50 anos de carreira que acumulou um reconhecimento razoável na sua trajetória, ultrapassou fronteiras e recebeu a nomeação para as acadeiras nas academias de ciências no Brasil, Nova Iorque e no Vaticano, esta última comenda recebida em 1978.

Flora Miguel no Da Lira desta semana apresenta a cantora piauiense Yngla Hillary que participa da Mostra de Arte de Teresina (MARTE). Essa semana teve Oca Periférica e Dandara Feitosa, que aborda a temática LGBTfobia entre as etnias indígenas e nos brinda com referencias artísticas sobre o tema. Vale a pena ouvir!

E a carta da semana foi o 4 de paus. Ela sugere que é chegado o momento de nos unir para alcançar os objetivos, aprendendo uns com os outros, exercitar a escuta. Apoio mutuo e a complementaridade de estar no coletivo!

É isso! Escute o programa, curta, compartilhe e fique ligado. Semana que vem a gente volta.

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