Exercício militar Brasil e EUA na Amazônia

EUA

Enquanto muitos brasileiros ironizavam as declarações da atriz Taís Araujo sobre o preconceito e discutiam as questões das cotas raciais, notícias como o convite do governo brasileiro aos EUA para participarem de exercícios militares na Amazônia e a proposta feita aos norte-americanos para utilização da base de Alcântara passaram desapercebidas na mídia nacional.

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Marginália
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Marginália - 28/11/2017
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Essa semana o programa Marginália traz um recorte dos últimos acontecimentos divulgados pela mídia que não obtiveram destaque nas discussões instauradas nas mídias sociais. Na playlist o som de Chris Stapleton, Country Roads, Grandfunk, Jamey Johnson, Jefferson Airplane, Lost Dog Street Band, Lynyrd Skynard e Zakk Wylde.

Segundo o jornal El país os exercícios é uma ação é de treinamento logístico que simula a criação de uma base multinacional que deve ter caráter humanitário. O objetivo principal seria treinar militares e criar diretrizes para levar assistência humanitária à população da Pan-Amazônia e preparar para situações emergenciais, como uma onda de imigrantes vindos da Colômbia e principalmente Venezuela, que vive uma severa crise econômica.

De acordo com a BBC a operação vem no esteio de uma série de novos acordos militares pelas Forças Armadas de Brasil e Estados Unidos e visitas de autoridades americanas a instalações brasileiras com o objetivo de “reaproximar” e “estreitar” as relações militares entre os dois países.

Sobre a utilização da base de Alcântara a Folha/UOL declarou que o governo brasileiro flexibilizou as exigências americanas não questionando a proteção da informação, tecnologias e equipamentos utilizados pelos mesmos.

A mídia internacional no entanto questiona o porquê desses exercícios e esse acordo não estarem sendo divulgados de forma adequada ao povo brasileiro e o fato de que uma base Norte-americana em solo brasileiro facilitar a intromissão desses quanto a questões relacionadas a floresta amazônica, reconhecidamente patrimônio hídrico e ambiental.

Nessa mesma semana o economista e autor do livro “Novas Confissões de um Assassino Econômico”, John Perkins, disse em entrevista à Sputnik Internacional como ajudou os EUA a pôr os países latino-americanos em dependência através de empréstimos do Banco Mundial. Segundo Perkins, “as empresas norte-americanas iniciavam projetos de infraestrutura nesses países, que traziam benefícios apenas ao negócio dos EUA e a famílias ricas locais, enquanto os países ficavam com enormes dívidas que faziam sofrer a população pobre e a classe média”.

“Meu trabalho consistia em identificar países com grandes jazidas de petróleo, objetivo de nossas empresas norte-americanas. Depois, através do Banco Mundial e de seus parceiros lhes concedia enormes empréstimos. Mas o dinheiro nunca chegava a esses países, era transferido a empresas norte-americanas, incluindo construtoras como a Halliburton ou fornecedores como a General Electric”, declarou ele.

A pergunta que fica é: o que esperar desse estreitamento das relações entre Brasil e EUA depois de todas as informações sobre como os mesmo foram decisivos nos golpes e na exploração realizada na América Latina?

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