Essa semana o Marginália apresenta dois artistas cariocas: Jorge Mautner e Jards Macalé.
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Mautner foi um dos fundadores do Partido do Kaos, espécie de sociedade político-hedonista de cunho anarquista que contava em suas fileiras com José Roberto Aguilar e Mario Schenberg.
Se tornou amigo de Paul Goodman e foi acusado por parte de esquerda de ser “agente da CIA”, entre outras histórias que descrevem a vida militante, uma trajetória agitada, um pensamento avançado.
Após o golpe militar de 1964 é preso. É liberado, sob a condição de se expressar mais “cuidadosamente”. Entre seus sucessos musicais gravados por grandes nomes da MPB, incluem-se O vampiro (Caetano Veloso), Maracatu atômico (Gilberto Gil e Chico Science & Nação Zumbi), Lágrimas negras (Gal Costa).
Jards Macalé, segundo a Rolling Stone Brasil, é uma contradição ambulante. De personalidade fortemente contestadora, não hesita em se dizer patriota, ordeiro, pontual e estudioso. Formado na melhor tradição da música popular e erudita, o carioca de 67 anos protagonizou ou coadjuvou alguns dos maiores distúrbios contra culturais da história do país.
“Eu não tenho carreira, tenho correria. Se eu estivesse respondendo ao mercadão, aí sim é que eu ia ficar na pobreza. Na pobreza do que interessa, da essência da coisa.”
Na play list as músicas ‘Super Mulher’, ‘Herói das Estrelas’, ‘Cinco Bombas Nucleares’, ‘Negro Blues’, ‘Ginga de Mandinga’, de Jorge Mautner. E ‘Hotel das Estrelas’, ‘Let’s Play That’, ‘No meio do Mato’, ‘Negra Melodia’ e ‘Vapor Barato’, de Jards Macalé.